A Fundação do Clube Atlético Mirandense, em 07-Setembro-1947, deveu-se à rivalidade existente entre a CRUZ BRANCA e o CENTRO DA VILA e ao aparecimento de uma equipa de futebol com o nome de ATLÉTICO CLUBE DA CRUZ BRANCA. Como os jogadores eram do centro da vila e apenas os Directores eram da Cruz Branca, os Senhores: JAIME CORDEIRO; JOAQUIM PANÃO e LUÍS SILVA, decidiram formar o CLUBE ATLÉTICO MIRANDENSE em substituição daquele, que teve uma duração efémera. Mas, foi enquanto A. C. da C. Branca que foram jogar pela primeira vez a Foz de Arouce, deslocando-se de automotora até ao Arneiro e depois a pé, regressando de camioneta. Decidiram os fundadores que o Clube Atlético Mirandense passasse a equipar de VERDE, para contrastar com o Vermelho do A. C. da C. Branca.
O emblema, “foi inspirado nos clubes de Lisboa, sobretudo o Benfica”, foi desenhado pelo fundador LUÍS SILVA e posteriormente confeccionado pelas alunas da escola de bordados da “Husqvarna” e oferecido por Manuel Correia Geada, da Lousã, agente em Miranda daquela marca de máquinas de costura.
Como os “tostões” eram escassos, o primeiro equipamento, camisola verde e calção branco, foi comprado a crédito, tendo o proprietário de uma casa comercial adiantado o dinheiro que depois o CAM foi pagando conforme as posses.
Todavia faltava um campo de jogos. A escolha recaiu num terreno a milho, alugado para o efeito, na Quinta das Barriguinhas, hoje Bairro Sá Carneiro. O terreno bastante inclinado obrigou jogadores e população a trabalhar no duro para o nivelar, antes de receber o Grupo Desportivo Arouce – Praia, que veio proceder à inauguração. A Praça José Falcão foi o ponto de partida da marcha que a população organizou até ao campo de futebol, ao som da Filarmónica Mirandense. Mais tarde compraram uma parcela de terreno para ampliação do recinto de jogo ajudados pela Câmara Municipal. A vedação do campo constituiu outro problema para os responsáveis do CAM que tiveram nas serrações de madeiras da Vila as ofertas das falheiras necessárias para cercar o rectângulo de jogo.
No mesmo ano da fundação os estatutos foram aprovados, posteriormente uma Comissão Organizadora sujeita os mesmos por intermédio do Governo Civil de Coimbra (31-Maio-1948) a sua aprovação pelo Governo, que os aprova, Diário do Governo de 15 de Setembro de 1948, II Série – Número 216.
Iniciou a sua actividade, como aliás o faziam todos os Clubes dessa época, disputando desafios particulares e amigáveis, já que o seu campo de jogos não possuía os requisitos mínimos para a prática do futebol oficial.
Em Setembro de 1950 e por proposta da Associação Académica de Coimbra, a Associação de Futebol de Coimbra aceita o pedido de filiação, em Sessão da Direcção de 19 de Setembro de1950.
A sua primeira experiência de futebol a competitivo, teve lugar nas épocas de 1952/53 e 1953/54, participando no Campeonato Distrital de Juniores.
Mas, curiosamente e pelas razões apontadas, os jogos que lhe competia jogar em casa, eram normalmente realizados no campo da Arregaça, em Coimbra.
Como compensação para as despesas de deslocação, recebia um subsídio de “QUINHENTOS ESCUDOS”.
Depois de uma paralisação temporária, motivada pela “guerra dos ranchos (Formosos e Malmequeres) ”, surge um grupo de sócios animados de muita vontade e firme determinação, fazendo ressurgir o Clube da agonia em que se encontrava.
O Campeonato Popular de Futebol, prova organizada por Clubes Populares, mas, com o apoio da A. F. Coimbra, foi o pontapé de saída para reactivar o CLUBE ATLÉTICO MIRANDENSE.
Prova que venceu (época de 1957/1958), derrotando na final, o ANÇÃ, no já desaparecido campo do Loreto, em Coimbra.
Em 1960, novamente o lídimo representante de Miranda do Corvo, sai vencedor da prova “Taça Amizade”, organizada pelo Sport Lisboa Castanheira de Pêra e Benfica.
Além do Clube organizador, participaram entre outros, o Sertanense e as Gândaras da Lousã.
E foi precisamente a partir deste ano, que após obras de beneficiação do campo de jogos, dotando-o com as condições mínimas exigidas oficialmente, que o CLUBE ATLÉTICO MIRANDENSE recomeçou uma actividade que embora composta de bons e maus momentos, manteve sempre regularidade. Por esta altura foi dado o nome ao campo de jogos do ilustre Mirandense radicado no Brasil “MÁRIO ANTUNES” , como reconhecimento pela sua ajuda.
A partir da década de 60, a sua representação sénior alterou a permanência da equipa entre as, 1ª e 2ª Divisão Distrital, sem que contudo tivesse alcançado o título de campeão da prova máxima da A. F. Coimbra.
Para além do futebol, que como é natural é a modalidade principal, também outras encontrarão no Clube a maior receptividade.
Quando há já muitos anos as Federações de Atletismo e Ciclismo, levaram a efeito provas populares com apuramentos Concelhios, o Clube, participou e organizou com êxito essas competições.
Outras iniciativas de carácter popular, recreativo e cultural, têm feito parte da acção desenvolvida pelo CLUBE ATLÉTICO MIRANDENSE.
Outras modalidades abrangidas pelo âmbito estatutário estão em fase de arranque.
Destas destacamos a aprovação dos Estatutos da Secção de Campismo e Caravanismo em 24-04-87, e da sua filiação na respectiva Federação.